quarta-feira, 6 de março de 2013

Faixa de pedestres nem sempre é segura





A faixa é o lugar mais seguro de travessia para o pedestre. Ou pelos menos deveria ser. No entanto, nem sempre a localização do equipamento favorece um deslocamento seguro. Pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) as faixas instaladas em cruzamentos devem ficar a um metro de distância do ponto de interseção. É uma recomendação, mas que pode ser readequada pelos engenheiros de tráfego para mais ou menos, dependendo da necessidade. No Recife, o cruzamento da Avenida Cruz Cabugá com a Rua dos Palmares, em Santo Amaro, não tem recuo algum. Ao contrário, avança um pouco além da linha de cruzamento,  aumentando o risco de um encontro entre pedestre e veículo em plena faixa. 

Em São Paulo, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) conseguiu resolver um ponto de conflito da travessia de pedestre em um cruzamento da Avenida Paulista, semelhante ao da Avenida Cruz Cabugá. Lá, eles fizeram um recuo da faixa para o meio de quadra. “A cultura dos engenheiros de tráfego é fazer a travessia na linha natural de desejo do pedestre. Mas, se há conflito, isso pode ser readequado como foi feito na Avenida Paulista”, explicou o superintendente da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), Luiz Carlos Mantovani Néspoli. Outro exemplo vem da cidade de Porto, em Portugal. Além do recuo da faixa de pedestre nas esquinas, o semáforo é instalado antes da faixa e não depois como é padrão na legislação brasileira de trânsito. “Tanto a legislação nacional como a estrangeira estão corretas e visam proteger quem anda a pé. Aqui nós temos a faixa de retenção, que é aquela linha antes da faixa.”, ressaltou Néspoli. 

De acordo a gestora de planejamento de mobilidade da CTTU, a engenheira de tráfego, GinaViegas nem sempre a localização da faixa está de acordo com a norma do CTB. “É muito comum aqui no Recife termos cruzamentos onde não há o alinhamento do meio-fio e, às vezes, é necessário readequar o posicionamento da faixa”, afirmou. Segundo ela, o caso da Avenida Cruz Cabugá será analisado e se necessário a faixa poderá ser recuada. O Recife tem cerca de seis mil faixas. Muitas sem recuo. Outras sequer estão devidamente sinalizadas.

Fonte: Diário de Pernambuco
Matéria de: Tânia Passos
Foto: Bruna Monteiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário