A faixa é o lugar mais seguro de travessia para o pedestre.
Ou pelos menos deveria ser. No entanto, nem sempre a localização do equipamento
favorece um deslocamento seguro. Pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) as
faixas instaladas em cruzamentos devem ficar a um metro de distância do ponto
de interseção. É uma recomendação, mas que pode ser readequada pelos
engenheiros de tráfego para mais ou menos, dependendo da necessidade. No
Recife, o cruzamento da Avenida Cruz Cabugá com a Rua dos Palmares, em Santo
Amaro, não tem recuo algum. Ao contrário, avança um pouco além da linha de
cruzamento, aumentando o risco de um
encontro entre pedestre e veículo em plena faixa.
Em São Paulo, a Companhia de
Engenharia de Tráfego (CET) conseguiu resolver um ponto de conflito da
travessia de pedestre em um cruzamento da Avenida Paulista, semelhante ao da
Avenida Cruz Cabugá. Lá, eles fizeram um recuo da faixa para o meio de quadra.
“A cultura dos engenheiros de tráfego é fazer a travessia na linha natural de
desejo do pedestre. Mas, se há conflito, isso pode ser readequado como foi
feito na Avenida Paulista”, explicou o superintendente da Associação Nacional
de Transporte Público (ANTP), Luiz Carlos Mantovani Néspoli. Outro exemplo vem
da cidade de Porto, em Portugal. Além do recuo da faixa de pedestre nas
esquinas, o semáforo é instalado antes da faixa e não depois como é padrão na
legislação brasileira de trânsito. “Tanto a legislação nacional como a
estrangeira estão corretas e visam proteger quem anda a pé. Aqui nós temos a
faixa de retenção, que é aquela linha antes da faixa.”, ressaltou Néspoli.
De
acordo a gestora de planejamento de mobilidade da CTTU, a engenheira de
tráfego, GinaViegas nem sempre a localização da faixa está de acordo com a
norma do CTB. “É muito comum aqui no Recife termos cruzamentos onde não há o
alinhamento do meio-fio e, às vezes, é necessário readequar o posicionamento da
faixa”, afirmou. Segundo ela, o caso da Avenida Cruz Cabugá será analisado e se
necessário a faixa poderá ser recuada. O Recife tem cerca de seis mil faixas. Muitas
sem recuo. Outras sequer estão devidamente sinalizadas.
Fonte: Diário de Pernambuco
Matéria de: Tânia Passos
Foto: Bruna Monteiro
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