segunda-feira, 6 de abril de 2015

Policial militar foi arrastado 150 metros em alta velocidade durante blitz

O motorista que arrastou um policial militar durante uma abordagem de trânsito no Rio Grande do Sul está com medo da repercussão do caso e alega que foi o PM que se agarrou ao braço dele. O episódio foi flagrado por moradores de Santo Ângelo, na região das Missões, na noite da última terça-feira (31).  
O motorista Fabio Marcelo de Andrades, de 41 anos, chegou a ser preso em flagrante e foi levado ao Presídio Regional de Santo Ângelo, mas recebeu liberdade provisória da Justiça. O advogado dele, Jefferson Santana, falou ao G1 nesta segunda-feira (6) sobre o episódio:
“Ele está com medo. O que ocorreu foi uma abordagem irregular do policial, que se agarrou ao braço dele”, afirma o defensor, acrescentando que seu cliente sofreu lesões no braço e teme sofrer represálias.
A versão da Brigada Militar é diferente. Segundo a polícia, o motorista do veículo, um Nissan 350Z, foi parado durante uma fiscalização de rotina na Avenida Universidade das Missões, após fazer derrapagens na pista. O condutor teria agarrado o braço do PM, que foi arrastado por um trecho de cerca de 150 metros, em alta velocidade.
O capitão Cristiano Brilhante disse que o condutor tentou fazer com que o policial fosse atingido pelo poste no canteiro central da via. Sem sucesso, o motorista ainda teria entrado na contramão para que o policial batesse nos veículos que estavam estacionados. O PM ficou ferido, mas passa bem.
“Saiu o nome dele [do motorista] no Brasil inteiro, como se ele fosse um bandido. Ele não é. Ele não parou o veículo porque o policial se agarrou ao braço dele, ele ficou com medo. Vai ser provado isso”, argumenta o advogado.
Fabio foi preso logo depois e teve o carro apreendido. Ainda de acordo com a Brigada Militar, ele estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) cassada na noite da abordagem. Ele foi solto sob condição de comparecer a todos os atos processuais do caso, não dirigir veículos enquanto tiver com a CNH suspensa, não trocar de endereço ou se ausentar da Comarca sem autorização da Justiça. 
A Polícia Civil está analisando as imagens do vídeo para ver se houve tentativa de homicídio, como alega a Brigada Militar. O delegado Rogério Junges, responsável pelo caso, disse que o policial e o motorista serão convocados para depor, além de testemunhas. 
“Não houve indiciamento e não vai ser por tentativa de homicídio. Ele também errou, estava sem carteira de habilitação. Pode ser indiciado por outra coisa, mas não por tentativa de homicídio”, afirma o advogado.
Fonte: G1

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